sexta-feira, 25 de abril de 2008

Impulsividade de Mulher

Impulsividade sempre foi tida como atitude feminina. Talvez seja mesmo coisa de mulher, ou talvez seja, nos homens, disfarçada.
É curioso perceber quantos pensamentos e sentimentos surgem ao mesmo tempo quando uma mulher se magoa. E quão rápido tudo passa no instante seguinte a um desabafo com uma amiga ao telefone.
É também curioso como uma mulher é capaz de perder-se de si mesma diante de seu homem, como se as palavras dele fossem mais certas, como se sua força masculina o tornasse dono das certezas, como se tudo o que ela sente de nada valesse na única realidade, que passa a ser a dele.
Achei que era raro, mas encontrei muitas mulheres assim. Que de tal forma passaram a valorizar tanto a opinião de seus homens que nem se dão conta de sua própria. E se vêem erradas, se culpam e sofrem quando o contrariam. E se esquecem de olhar para os próprios sentimentos e talvez perceber o que não as agradou.
E isso vai tomando tanta força dentro da mulher, que podem se passar anos e ela se acostuma a nada dizer. E sente medo quando deixa algo escapar. Medo da reação dele, de não ser mais a mulher que se fez quase perfeita para agradá-lo, de não ser mais merecedora da admiração conquistada, de não ser mais merecedora do amor. Como se alguma dessas coisas dependessem de aparências, construídas de formas tão frágeis. Mulheres que se julgam frágeis e negligenciam a força do feminino. E nessa insegurança, quão grande é o medo de perdê-lo e quão forte é a necessidade de tê-lo sempre ao lado.
Dessa forma mágoas vão ficando esquecidas no tempo, vindo à tona como tempestades inexplicáveis. Vêm os desabafos, misturados com os exageros, com as culpas, com a carga da emoção guardada, com lembranças de sentimentos antigos, com os medos e a insegurança. E como é curioso perceber que passada a tempestade, vem a calmaria. A mulher se despede de tudo aquilo e segue como se nada acontecera. Soltados os bichos, o coração permanece sereno.
O bom de se permitir as explosões é poder rir depois dos exageros. Sentir o alívio de um peso a menos. E quando se percebe as conseqüências não tão boas advindas de um ato impulsivo, poder aprender com elas. Na certa, numa próxima vez, a explosão não acontecida não se transformará num choro contido, já que a escolha por não dizer algo que magoe alguém é feita com consciência.
A insegurança tola que nada traz de saudável começa a ficar pra trás quando essa consciência surge. E precisa-se dos erros para ganhar este aprendizado. Não há o que temer quando se ama. Não é necessário guardar mágoas. A mulher tem o talento de ser amorosa em tudo o que diz, quando reconhece sua força. E será capaz de ser ela mesma, o melhor de si, para agradar o seu homem, sem aniquilar sua essência.
Há tanto a aprender!



-Nina

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