segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Pra exorcizar II







Na sua Estante
- Pitty
Te vejo errando e isso não é pecado,
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se
curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar
*      *      *

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Pra exorcizar



Lembro-me daquele momento como se fosse hoje... Eu estava triste, porque eu estava sempre triste e pesada, na beira do fogão, na sua cozinha... Você me pedia sorrisos e queria me ouvir cantar. Eu, chata, negava-me. Nunca aprendi a viver o momento e aproveitar as dádivas da vida...
Eu te entristecia e você começou a dizer que sentia que em breve eu iria embora. Você e essa sua mania de achar que tem a obrigação de me fazer feliz. Você se sentia insuficiente e eu não soube te mostrar a alegria que eu sentia só de ter você por perto. Parecia que tudo havia se perdido...
Eu podia ter feito tantas coisas diferentes ali, naquele momento. Eu podia ter te sacudido, olhado nos olhos com coragem e dito a você o quanto te amava. Podia ter te colocado no meu colo e te mostrado que era só sua insegurança. Mas eu estava cansada e egoísta, pensando que não queria mais repetir que o problema não era você. Desisti de explicar. E minha infeliz resposta foi que talvez você tivesse razão... “É isso mesmo, então vamos aproveitar enquanto durar e depois eu vou embora, ok?” E o meu tom era de deboche...
Mas você me olhou fundo nos olhos e seu olhar era de decepção e de medo. Esse olhar cortou meu coração, gelou minha espinha. Algo muito intenso se mexia dentro de você e eu não podia alcançar. Eu não pude acreditar que aquilo estava acontecendo. Como você podia estar me levando a sério? Era tão óbvio pra mim que eu te amava, precisava dizer mais? Não me dei conta do furacão que se aproximava. Achei que aquele momento ia passar e eu teria a oportunidade de te mostrar que não precisava temer, que eu não te abandonaria. Pensei que com o tempo, você iria ver. Iria descobrir pelos fatos que eu continuaria do seu lado.
Mas você, com seu pavor da rejeição, não esperou nem mais um segundo. Foi embora no dia seguinte, escorreu como areia entre meus dedos... E eu nunca tive coragem de te contar que eu percebi aquele olhar. Muito mais do que você pensa.
Os dias que seguiram esse momento foram difíceis. Só hoje eu entendo porque você me tratava como se eu tivesse te deixado... Como eu poderia aceitar sua partida com todos esses sentimentos? Agora eu sei que havia muito mais razões... Agora eu me libertei dessa culpa.


- Nina


*      *       *

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Quantos amores te bastam?




*      *      *

Quando eu amo de verdade
Não sinto vontade de olhar mais ninguém
Um só amor me basta, que é quem eu quero
Não tem graça beijar quem não convém
Não quero vários que em mim se encaixem
Com esse mal, já perdi mais de cem

Mas quando eu amo de verdade
Sinto o cheiro do mar e a brisa leve
Não sofro nada com a tal saudade
Ah, saudade, quer saber?
Vá pro diabo que te carregue!

Se eu me buscar do lado de fora
Se eu for procurar nos outros
A parte de mim perdida
Minha luz vai logo embora
Posso estar cercada de todos
E não vou encontrar a medida

De nada adianta ter vários amores
Uma ou cem mulheres, não importa
Se no escuro do quarto, aumentam os temores
E a solidão vem bater na porta

Pra mim, viver em fragmentos
É o mesmo que não viver
Buscando em cada novo, um pedacinho
Com medo de não se preencher

Falo sério... para amar
Estou inteira em primeiro lugar
Não quero alguém pra me completar
O que vem do amor, vem para somar


- Nina

*      *      *

domingo, 9 de outubro de 2011

A ousadia da entrega

"E quem sou eu para ousar pensar?
Devo é entregar-me!"

- Clarice Lispector

Ah, a ousadia da entrega!
Que delícia dar para alguém meu coração.
Que delícia respirar o amor de novo.
Acreditar no amor.
Sentir o frio na barriga, o coração pulsando forte.
A paixão!
Não a depedência, vício que faz mal, ausência de si.
Mas sim a paixão saudável.
A vontade de rever...
De estar bem perto...
De encostar as mãos...
De fazer carinho...
De passar as mãos pelos cabelos...
Essa coisa de olhar nos olhos e, sem uma palavra, girar o mundo.
Arrepios, sonhos, desejos.
Para que fechar as portas?
Devo é entregar-me!

- Nina

*       *       *

sábado, 8 de outubro de 2011

Sabedoria de Botequim II

"Quem não presta assistência,
abre concorrência"


(Essa é divina!!!)

*     *     *

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Acordes...


Uma vez escutei alguém me dizer: "o que é meu tá guardado"... como se nada fosse necessário fazer pra cultivar o que nós conquistamos. Imediatamente pensei: "A flor que não é regada definha...murcha e morre." Mas o que eu poderia dizer mais? Simplesmente escolhi o silêncio. Tem horas que para alguém acordar, é preciso perder muito...
Me adora 
- Pitty
Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
Só não desonre o meu nome!
Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome
Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome
Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber


Se você pensa

- Roberto e Erasmos

Se você pensa que vai fazer de mim
O que faz com tudo mundo que te ama
Acho bom saber que pra ficar comigo
Vai ter que mudar
Você tem a vida inteira pra viver
E saber o que é bom e o que é ruim
Acho bom pensar depressa e escolher
Antes do fim
Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender a ser gente
Seu orgulho não vale nada, nada
Se você pensa que vai fazer de mim
O que faz com tudo mundo que te ama
Acho bom saber que pra ficar comigo
Vai ter que mudar
Você tem a vida inteira pra viver
E saber o que é bom e o que é ruim
Acho bom pensar depressa e escolher
Antes do fim
Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender a ser gente
Seu orgulho não vale nada, nada
Você não sabe
Nem nunca procurou saber
Que quando a gente ama pra valer
O bom é ser feliz e mais nada, nada
Daqui pra frente
Tudo vai ser diferente
Você tem que aprender a ser gente
Seu orgulho não vale nada, nada
Você não sabe
Nem nunca procurou saber
Que quando a gente ama pra valer
O bom é ser feliz e mais nada, nada
Nada

O itinerante circo

Passou um furacão por aqui.
Olho ao redor e só vejo os destroços.
Não sei quando foi que fechei os olhos,
não sei se cochilei...
Alguém me roubou e eu não vi.
A vida passou e eu não vi.
Agora, só vejo a destruição que ocupou o lugar
onde um dia havia um circo com alegria e música.

Vejo os destroços.
Sinto ainda as últimas rajadas de vento.
E ontem eu dizia: sente o vento... está vindo...
Nunca pensei que seria tão devastador.
Doeu demais, me levou um pedaço.
E não deixou nenhuma explicação.
Fiquei sem o brilho dos olhos.
Fiquei sem a rima.

Estou curando as feridas.
Estou reconstruindo a casa.
Estou elevando a nova lona do circo.
Estou contratando novos malabares,
novas bailarinas e novos palhaços.

A magia está aqui novamente
soltando faíscas.
O amor ronda por aqui novamente
mostrando de novo as primeiras centelhas.
Alma de verdade nunca deixa de sonhar.