quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A Bela Adormecida

Então a bela adormecida cai no sono enfeitiçado
Permanece inerte até que chegue o príncipe
Ela pensa que só ele pode salvá-la
Esconde-se atrás do véu da enorme cama

Escolheu fugir a todo custo da bruxa
Deixou que ela sumisse na profundeza das sombras
É melhor assim para não ter que vê-la?
Bebeu o veneno quase voluntariamente

Esqueceu que tinha sua força interior
Acreditou que seria melhor não brigar com o que sentia
Preferiu se entregar ao mergulho da morte
E esperar que venha alguém e lhe salve

Mas o que espera essa bela?
Se soubesse que pode se levantar sozinha
Se encarasse a bruxa nos olhos
Perceberia seu potencial para derrotá-la
E finalmente integrá-la ao seu espírito livre

Ela tentou, mas a bruxa se escondeu
E foi tão bem escondidinho
Que as sombras não se dissipam
E a bela não a enxerga mais

O príncipe já desistiu
Ele não virá de fora, nem no cavalo branco
Ele precisa se desprender das teias dentro do castelo
E tocar seu coração pelo lado de dentro

E enquanto não sabe para onde ir,
Não enxerga a bruxa em meio às sombras,
Não liberta o príncipe das teias,
Ela deita-se e espera.
Até que falte o ar da forma mais intensa possível
E faça ela se mexer.

-Nina

*   *   *

Um comentário:

Ê,nila! disse...

Entre o bem e o mal, entre principes e bruxas, entre perigo e salvacao... essa princesinha precisa de auto-perdao. rssss Adorei a bela poesia.