sábado, 12 de novembro de 2011

Fantasmas no sótão


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Fantasmas no sótão
Assombrações
Eu os mandei embora há mais de cinco dias
Além de outras milhões de vezes
Mas eles insistem em ficar

Monstros do imaginário
Cercando meus desejos
Sugando minha energia
Aumentando a força da gravidade sob meus pés
E somente sob os meus, de mais ninguém

Luto, grito, tento despistá-los
Mas eles estão rindo
Ouço as vozes na calada da noite
Sinto as passadas pelo chão na soleira da porta
Enlouqueço, alucino, atordôo

E depois da noite nefasta
Depois do desespero batendo na porta
Depois dos soluços de medo e de culpa
Desmaio nos braços de Morpheu
O herói que me salva e me leva para as nuvens

Exorciza os fantasmas
Traz de volta minha paz
Coloca-me diante do espelho
Mostra-me a luz

Sinto-me Psiquê, voltando do submundo de Hades
Depois da esperança perdida, a salvação de Eros
E acordo no dia seguinte para viver tudo de novo
Sempre intensa, corajosa e tão frágil

- Nina

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