segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Aventuras e devaneios

Max e eu, eu e Max... Parceiro de tantas aventuras...Partimos pra mais uma, meio sem lógica, meio sem rumo...
Saímos de Laranjeiras e chegamos no mar... Fomos fluindo ao sabor das ondas... Copacabana... Arpoador... Ipanema... Leblon... Niemeyer... São Conrado... Barra...  Recreio...
Ah, Recreio, meu refúgio... Tantas vezes estive ali, só... Volto agora com Max, mas ele sabe o quanto me sinto só novamente... Nostálgica das aventuras do passado, lágrimas nos olhos das aventuras do presente... Ansiosa das aventuras que virão... Catamos conchas, molhamos os pés na água... Conversei com Iemanjá... Não sei se é ela minha mãe, mas pelo menos sempre foi minha avó... E muitas vezes me deu esse colo de vó do qual tanto precisava naquele momento...
Continuamos seguindo... Mato alto... Grota funda... Vai saber por onde rodamos... Acho que passei perto de Santa Cruz... Tantas vezes fiz esse caminho, há 4 anos atrás... Quanta nostalgia... e eu, emocionada, por cada lembrança de 2006... Amores antigos... Talvez a única vez na qual me senti tão amada e tão desejada como me sinto agora... E eu estava livre e não soube usar da minha liberdade... Acho que estou cometendo de novo os mesmos erros... Negando ao coração os desejos e anseios que ele me pede pra realizar... É assustador como me sinto ameaçada pelo amor... como não sei sustentá-lo... como tenho medo do abandono... É esse Narciso em mim, roubando meus sonhos...
A gente só sofre quando está desrespeitando os anseios da alma... Quando vamos contra o que a alma planejou pra nós... Então eu me pergunto: onde estou te afrontando, Alma? Será que é por desejar a pessoa errada e insistir em querer ter algo que tu sabes que não é pra mim? Ou será justamente o contrário, por essa moral idiota que insiste em tentar impedir a realização dos meus desejos, enquanto tu sabes que o coração desejou a pessoa certa?
Seguimos mais... Cheguei a Campo Grande... Fomos passando por cada cantinho que estava na minha lembrança... Lembro dos muros, vi as mudanças, vi o que continuava igual... Apresentei cada cantinho pro Max... Naquela época ainda não estávamos juntos... Ele se ria de mim, da minha cara de boba, da emoção por lembrar com tanto carinho do passado... Pode rir, Max... Tudo bem, parceiro... É da alegria da criança que a gente precisa...
E depois de Campo Grande, ganhamos de novo a estrada... Santíssimo... Vila Kenedy... Bangu... Ah, Bangu! As lembranças são muitas... Antes vinham com peso e dor... Como evitei passar de novo por ali... Mas agora, com as feridas cicatrizadas, me surpreendi... o que senti foi alegria e gratidão pelos presentes que a vida me deu... Pena que me tirou... Mas valeu a passagem de cada coração por mim... Hoje, o coração que tenho é outro... É doce e frágil... E eu achando que preciso devolvê-lo o quanto antes... contra a vontade... por não me sentir digna de tê-lo comigo...
Perdoa, meu amor, essa minha sombra... Com a mente confusa e sem saber pra onde ir, começo a ter atitudes defensivas e não cuido do seu coração como você merece... Parece que esqueço que você deixou mesmo ele comigo... Parece que desacredito das suas palavras... Mas na verdade só estou com medo...  
Tá vendo só, meu amor? Nessas horas é que a gente percebe a Paixão... Só de ver os nomes de Santa Cruz e Vila Kenedy nas plaquinhas, meu coração já bate mais acelerado... É que as memórias logo me remetem às melhores sensações... Você me faz sonhar demais... E é maravilhoso tudo que você me faz sentir…
E chegando em Bangu, finquei a bandeira... Deixei um pouco de lado a solidão... Fui receber o melhor carinho e acolhimento que me sustentou desde o início desse ano... É assim que a gente aprende quais são os verdadeiros tesouros na vida... As paixões me arrebatam o coração... Mas a paz encontro ali, na morada dos AMIGOS... E foi na casa de mais um desses tesouros que achei meu colo... Obrigada, amiga!
Assim acabou a aventura... Max foi dormir à luz da Lua, que é assim que ele gosta... E eu, sonhei em paz, no esconderijo de um bairro bem distante da minha dor...

- Nina
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